Quem não se lembra da pergunta feita pela colunista Carrie Bradshaw (Sarah Jessica Parker) na primeira temporada do seriado Sex and the city: “Será que as mulheres podem fazer sexo como os homens?” E o que seria “transar como eles”? É bem verdade que eles têm facilidade de se concentrar apenas no prazer, não se importam com o que os outros pensam e demonstram um desapego invejável quando o assunto é envolvimento.
E a diferença é essa: por mais evoluídas que estejam as conquistas femininas, as mulheres ainda encontram barreiras que as separam da realização plena. A boa notícia é que existem formas de liberar as travas que as impedem de colocar o desejo na frente de qualquer emoção – assim como eles fazem – e isso não quer dizer que transarão feito homens, mas como mulheres muito bem-resolvidas. Para entender melhor, listamos as 5 neuras mais comuns e conversamos com leitoras e especialistas que deram dicas de como curá-las.
E a diferença é essa: por mais evoluídas que estejam as conquistas femininas, as mulheres ainda encontram barreiras que as separam da realização plena. A boa notícia é que existem formas de liberar as travas que as impedem de colocar o desejo na frente de qualquer emoção – assim como eles fazem – e isso não quer dizer que transarão feito homens, mas como mulheres muito bem-resolvidas. Para entender melhor, listamos as 5 neuras mais comuns e conversamos com leitoras e especialistas que deram dicas de como curá-las.
Esqueça a celulite
Você fica encanada com seus defeitinhos quando transa? Hora de deixar essa idéia de lado, já que as conseqüências são “insatisfação, desvalorização de si mesma e, claro, baixa auto-estima”, lista a terapeuta sexual Arlete Gavranic (SP). Isso não quer dizer que a mulher não deve se cuidar. Tudo pelo conforto e pela satisfação é bem-vindo. O problema é quando a auto-imagem se torna uma obsessão, e pior: um bloqueio sexual. “Por encanar demais, só consigo ficar à vontade se transo com a luz apagada”, confessa Márcia Dias, 32, publicitária. A maioria dos homens não liga para o que você está achando do corpo deles, certo? Por que não seguir o exemplo? É bom lembrar que, para eles, o estímulo é visual. “Ele quer ver a mulher com quem está transando. O que vale é a erotização do nu, a sensualidade da parceira”, completa a terapeuta. Eles não estão preocupados com gordurinhas, meia dúzia de celulites ou estrias. O que importa é o tesão que estão sentindo. E tem mais: essa preocupação exagerada acaba atrapalhando na hora de experimentar diferentes posições. “Se ela pensar muito que o cara vai reparar no defeito que ela acha que tem, pouco inova na cama”, explica a terapeuta sexual Franciele Minotto (SP). “Para mim, o fator principal é o desejo e ele não reconhece medidas e padrões sociais. É feito apenas de sensações prazerosas do momento”, afirma a secretária Juliana Fernandes, 25. Encarando dessa forma, a capacidade de sedução aumenta, a resposta sexual não fica prejudicada, a entrega não se compromete e o orgasmo, inclusive, pode vir mais facilmente.
Preciso mesmo atingir o orgasmo?
E por falar nisso, colocar na cabeça que precisa gozar a qualquer preço é uma das coisas que mais atrapalham essa finalização. Tudo bem que para o homem é mais fácil, mas é justamente porque eles não têm o menor pudor em se libertar. “Já a mulher precisa de uma certa prática e autoconhecimento”, explica a doutora Franciele. A consciência do corpo não acontece de uma hora para outra. O ideal é descobrir de que forma gosta de transar, o que a estimula mais e vivenciar o momento – que pode até ser mais prazeroso que o próprio clímax. “Pra desencanar, é bom dar uma fantasiada ou começar a prestar mais atenção aos detalhes da relação. Procuro beijar mais, mudar de posição, falar alguma coisa. Assim, o sexo flui da maneira que tem de ser”, diz a engenheira Alana Faria, 32. Agora, se você quer uma dica prática para chegar lá, exercite a região, pois isso ajuda a aumentar a consciência corporal daquela musculatura. “E esse exercício pode ser feito no trânsito, em casa, onde quiser. Basta contrair o músculo para dentro e para fora, como se estivesse engolindo algo e expulsando”, ensina Franciele. Isso contribui, e muito, na hora que estiver transando – é possível, inclusive, gozar colocando em prática esse movimento. O próximo passo é ir para a cama tranqüila, com a intenção de se conhecer, descobrir o outro e, lógico, se divertir. O orgasmo será uma conseqüência
O prazer antes das emoções
Outro ponto bem comentado entre as entrevistadas é o pacote em que o sexo está inserido. “O que vem antes: a sedução, como ele me ‘convence’ a ir pra cama. O durante: se ele é carinhoso e me faz sentir segura para vivenciar plenamente as minhas fantasias. E o depois: aquela velha história de se ele vai ligar no dia seguinte”, aponta a produtora de moda Ana Paula Neves, 32. É indiscutível que a mulher se guia muito mais pela afetividade do que os homens, que conseguem com maior facilidade colocar o prazer antes de tudo. Faz parte dele ser viril. Socialmente, eles foram impulsionados a cumprir esse papel. Para as mulheres, a identidade sexual se forma através da identificação com a mãe e da interferência do pai que, além de fazer de tudo para adiar o início da vida sexual da filha, não costuma dizer a ela o quanto transar é bom. A idéia que nos passam há milênios é a de que a mulher combina muito mais com o papel da mãe do que com o de “ser sexuado”. A sugestão, então, é deixar a influência “mãe” de lado e dar corda ao aflorar o desejo para experimentar e viver o sexo sem preocupações emocionais. E, para isso, não precisa adotar uma postura masculina – no sentido de ver o outro como objeto, mesmo porque o estrogênio não nos permite isso. Só não se negue as sensações pelo medo da entrega e da preocupação com o que vai acontecer a seguir. A ordem é relaxar.
Ditando as regras
Quem foi que disse que são eles que precisam conduzir a relação o tempo todo? Pra falar a verdade, muitos nem querem tanto essa dominação. “Para o homem, é muito ruim ter de fazer tudo. Muitos se sentem inseguros”, explica a doutora Franciele. Que brecha ótima para pedir aquilo que deseja. Afinal, sexo é cumplicidade. Qual homem não gosta quando a mulher sugere posições, por exemplo? “Adoro conduzir, principalmente quando quero sexo oral. Muitos não têm essa iniciativa ou não sabem fazer direito, por isso não tenho problema nenhum em explicar o jeito que gosto. Durante a penetração também. Sempre falo quando quero mais rápido ou devagar”, conta a revisora Juliana Santos, 30. A intimidade é isso: a capacidade de a entrega ser cada vez maior, a fantasia ser colocada em prática e a troca ser uma experiência deliciosa para ambas as partes.
Pense o que quiser de mim
Para acabar de vez com essa insegurança, uma palavra-chave: autoconfiança. “A mulher precisa saber quem ela é, se valorizar e deixar de viver na dependência da aprovação externa”, diz a doutora Arlete. E isso vale para eliminar o medo do que o outro vai pensar se transar no primeiro encontro ou se sua imagem ficará queimada caso assuma relações com muitos parceiros. Ficar solteira, mas querer ter vida sexual não é nenhum pecado. “Não quero um namorado agora, por isso tenho relações descompromissadas. Tenho o direito de experimentar também e pouco me importo com o que pensam de mim”, desabafa a empresária Cecília Novaes, 34. “A preocupação com os outros é um dos piores depressores sexuais. Tentar corresponder às expectativas ou desempenhar um papel pré-estabelecido pela sociedade torna as mulheres robôs, fazendo tudo apenas para o outro, esquecendo que devem agradar a elas mesmas”, explica a doutora Franciele. Portanto, aceite seus impulsos sem julgamentos, afinal, seduzir é um dos pontos fortes da mulher e conquistar faz bem para a auto-estima.
Nenhum comentário:
Postar um comentário